quinta-feira, 5 de julho de 2007

Curiosidades históricas


- Os chineses sempre utilizaram o gelo como forma de arrefecer os alimentos. Daí à invenção do gelado, misturando neve com polpa de fruta, foi um passo. As caves do Palácio Imperial chegaram a ter armazenados mais de mil blocos de gelo.

- Um antepassado do gelado seria conhecido no Antigo Egipto, onde os faraós ofereciam aos seus hóspedes sumo de fruta arrefecido com neve, introduzida numa taça de prata com paredes duplas.

- Quando, no séc. IV a.C., Alexandre Magno conquistou a Pérsia, foi por sua vez conquistado por um novo sabor: o gelado.

- O imperador romano Nero (37-68 d.C.) mandava vir neve das montanhas e combinava-a com frutos frescos.

- Consta que foi Marco Polo, viajante italiano do séc. XIII, que introduziu na Europa o gelado, uma das maravilhas gastronómicas que tinha conhecido na China. A realeza e a aristocracia logo adoptaram os gelados de fruta como um prato de luxo.

- A partir dos relatos de Marco Polo, alguns cozinheiros italianos experimentaram novas receitas feitas à base de gelo e leite. A Itália faria assim do gelado uma arte nacional.

- A cerimónia de casamento de Catarina de Médicis com Henrique II de França durou um mês. Em todos os dias de festa foram servidos gelados de diferentes sabores.

- Em 1550, um médico espanhol que vivia em Roma, de seu nome Blasius Villafranca, descobriu que era mais fácil congelar um alimento juntando nitrato de potássio, e mais tarde sal, à neve. Utilizando este método, os florentinos foram os primeiros a produzir gelados em larga escala.

- O arquitecto Bernardo Buontalenti, contratado para criar e organizar banquetes de luxo, terá introduzido sobremesas geladas feitas com zabaglione e frutos. Na verdade, Buontalenti é o autor das casas de gelo nos arredores de Florença, destinadas à venda de gelo e neve ao público, sendo responsável pelo consumo de gelo, mas não pela invenção do gelado.

- Nos séculos XVII e XVIII, os europeus começaram a experimentar vários sabores nos gelados, mesmo sem métodos de refrigeração muito desenvolvidos. Desde côdeas de pão a queijo ralado, de flores de laranjeira a espargos, tudo era gelado, moldado e servido com requinte.
- O gelado terá chegado a Portugal na época da dinastia filipina. Faziam sucesso as bebidas nevadas, embora fosse difícil e caro trazer neve da Serra da Estrela para a corte em Lisboa. Por volta de 1715, já D. João V reinava, havia inúmeros fabricantes de gelado na capital portuguesa.


- Nos EUA o gelado rapidamente alcançou o estatuto de alimento nacional. Para tal terá contribuído a preferência do primeiro presidente norte-americano, George Washington, que servia gelado nos jantares presidenciais de quinta-feira. Consta, mesmo, que Washington comprou uma máquina para fazer gelados de baunilha.

- Outro presidente norte-americano, Thomas Jefferson, que tinha redigido a Declaração da Independência em 1776, também apreciava esta sobremesa. Tendo provado gelados em França, onde foi secretário de Estado, aproveitava qualquer ocasião para servi-los aos seus convidados na sua mansão de Monticello, na Virgínia. “A neve dá ao creme uma consistência delicada, mas o gelo é o mais poderoso congelador e dura mais tempo”, terá ele comentado.

- O gelado de cone foi inventado na Exposição Mundial de Saint Louis, em 1904. A história já é lenda nos Estados Unidos: a namorada de um vendedor de gelados enrolou o seu gelado numa bolacha, para o impedir de pingar, à semelhança do ramo de flores que tinha recebido do dito vendedor.

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