quarta-feira, 25 de julho de 2007

Mitos e lendas-Loch Ness


Loch Ness é um lago comprido e estreito (38 km por 1.5 km) situado na bacia de uma grande falha geológica que atravessa as Terras Altas da Escócia Setentrional. Apesar do frio, o lago nunca gela e é excepcionalmente profundo – 290 m em pelo menos um lugar. A turfa que abunda nas suas águas reduz a visibilidade subaquática a uns escassos metros, mas, não obstante, o lago sustenta numerosas espécies aquáticas, nomeadamente salmão, trutas e enguias (algumas das quais atingem grandes dimensões).
Ignora-se a data exacta em que pela primeira vez foi avistado o monstro de Loch Ness, mas já em 565 d. C., segundo consta, o missionário irlandês S. Columba terá salvo a vida de um dos seus discípulos que nadava no lago e foi vítima de um ataque repentino do monstro. Desde então, e de acordo com uma estimativa, foram comunicadas 10 000 aparições, e o monstro do Loch Ness tornou-se uma característica distintiva do folclore escocês, atraindo anualmente inúmeros visitantes ao misterioso local.
Pode dizer-se que a fama de que actualmente o monstro goza data de Maio de 1933, quando um correspondente do Couvier de Inverness escreveu um artigo baseado na última aparição verificada até ao momento. A história suscitou grande interesse e induziu outras pessoas a divulgarem os seus próprios encontros com o monstro. Foi comunicada outra aparição em Julho, e em Outubro tinham-se verificado mais de 20. Repentinamente, Nessie, como o monstro passara a ser chamado, era uma notícia de primeira página em todo o mundo.
Durante os primeiros meses de 1934 surgiu uma inevitável reacção negativa. Cientistas e investigadores ridicularizaram os comunicados, e em pelo menos um caso demonstrou-se que eram falsas as provas circunstanciais da existência de Nessie. Ironicamente, foi precisamente nessa altura – Abril de 1934 – que Lt. Col. R. K. Wilson, médico de Londres, tirou um fotografia que supostamente reproduzia a cabeça e o pescoço de Nessie. Embora não tivesse sido encontrada qualquer prova da falsificação, na altura a fotografia não foi tirada em grande consideração. Não obstante, continua a ser, até à data, uma das melhores reproduções de Nessie.
Nos anos que se seguiram à publicação da já famosa fotografia de Wilson, multiplicaram-se os comunicados de aparições do animal, mas só em 1960 foi tirada a segunda fotografia do monstro, igualmente reveladora. Em Abril (mês que parece especialmente aconselhável para observar Nessie) desse ano, Tim Dinsdale, engenheiro aeronáutico inglês, fez um filme de 16 mm com 15 m que mostrava um grande objecto preto com corcovas deslocando-se pelo lago a cerca de 12 km/h. O filme de Dinsdale foi mais tarde analisado pelo Joint Air Reconnaissance Intelligence Center da Royal Air Force, que concluiu:«Trata-se provavelmente de um objecto animado.»
Em 1972, a caça a Nessie adquiriu um carácter mais sofisticado. Em Agosto, uma equipa de cientistas americanos da Academy of Applied Science, usando uma forma avançada de câmaras estroboscópica juntamente com equipamento sonar Raytheon, obteve imagens visuais e sónicas de um objecto existente no lago. Após subsequentes ampliações realizadas por computadores da NASA, surgiu a imagem de que parecia uma barbatana presa a um enorme objecto, talvez um animal de grandes dimensões. Encorajada, a academia enviou outra expedição ao Loch Ness em 1975 e obteve mais provas. De acordo com o técnico de laboratório que efectuou a ampliação computorizada das imagens de 1975, «uma fotografia um corpo com um longo pescoço e dois apêndices curtos e gasosos ... a segunda imagem parecia mostrar um pescoço e uma cabeça ... O pescoço era reticulado».
Tal foi excitação que as descobertas da academia suscitaram que, em 1976, o New York Times contribuiu com 25 000 dólares para financiar uma nova expedição ao lagos das Terras Altas. No entanto, e apesar de se conseguirem mais provas através do sonar e de fotografias, Nessie escapou às detecções. A academia explorou então a possibilidade de treinar golfinhos ingleses que ajudassem a detectar o monstro.
Não obstante as probabilidades de existência de um ser estranho que as descobertas de 1972 e 1975 permitem encarar, os cientistas, na sua maioria, mantém incrédulos. A grande parte dos relatórios, não é digna de crédito, e mesmo as melhores fotografias são demasiado ambíguas para constituírem uma prova. Assim, a controvérsia mantém-se basicamente irresolúvel até Nessie ser realmente encontrado. Até esse momento, resta manter uma atitude de abertura mental sobre o caso

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