quarta-feira, 18 de julho de 2007

Mitos e lendas-Avalon




Avalon é a ilha feérica acessível tão somente aos seres do Reino das Fadas e dos valentes cavaleiros que, por sua pureza e seu amor, serão dignos de ser admitidos nela. Entre outras maravilhas, se encontram nessa ilha as maçãs da imortalidade e eterna juventude, das quais se alimentam as fadas e seus amantes mortais.
Avalon é uma ilha puramente lendária ou teria existido realmente? Nos proporciona uma pista as narrações irlandesas, que veremos a partir de agora:
"Quando o rei Arthur, ferido de morte na batalha de Camlann, chega às margens do mar em companhia do cavalheiro Girflet, pede para que ele se afaste. Uma violenta tormenta se instala, depois aparece "sobre o mar uma embarcação com algumas damas. Uma dessas mulheres é a fada Morgana, irmã do rei. A barca se distancia, e se diz que foi direto a ilha de Avalon, onde ainda vive o rei Arthur, adormecido em seu leito de ouro." (A Morte do rei Arthur)
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A ilha das Maçãs também recebe o nome de Ilha Afortunada porque ali há todo tipo de vegetação natural. Os habitantes não precisam cultivá-la......As colheitas são abundantes e os bosques estão cobertos de maçãs e uvas.....A governam nove irmãs.....Dessas nove irmãs, há uma que se destaca sobre as demais por sua beleza e poder. Seu nome é Morgana, e ensina para que servem as plantas e como curar as enfermidades. Conhece a arte de trocar o aspecto de seu rosto, de voar pelos ares, como Dédalo, com a ajuda de plumas.....Para ali foi conduzido, depois da batalha de Camlann, Arthur, ferido..... Morgana os recebeu, com as honras que convinham. Fez que levassem o rei a seu dormitório, colocando-o sobre uma cama de ouro.....O velou por muito tempo e, finalmente, lhe disse que poderia recuperar a saúde se permanecesse com ela nessa ilha e aceitasse seus remédios."(Geoffroy de Monmouth, Vita Merlini, Jean Markale, L'épopée celtique en Bretagne, p. 120)
"Essa ilha rodeada pelo oceano não se vê afligida por nenhuma enfermidade. Não há ladrões, nem crimes. Não há neve, nem bruma, nem calor desmedido. Reina nela a paz eterna. Jamais faltam flores....nem os frutos nas folhagens. Os habitantes não têm defeitos, sempre são jovens. Uma virgem real governa essa ilha, a mais bela entre as belas." (Guillaume de Rennes, Gesta regum Britannie)

A ilha no meio do Oceano, que tem toda a aparência de paraíso, é um símbolo facilmente explicável: seria a imagem da vida intra-uterina projetada no espaço e deslocada do passado reminiscente ao futuro intemporal. Nela não existe morte nem enfermidade. Os frutos, principalmente a maçã são naturais e abundantes. Se desconhece a velhice.
Essa é a famosa "Idade do Ouro" que habita a imaginação do homem há milênios, é o estado placentário do feto protegido pelo calor do corpo da mãe, alimentado por ela, em um mundo fechado: um vergel, uma gruta, uma ilha, uma fortaleza, onde ainda não se distingui o Bem do Mal, a vida psíquica consciente.
Essa ilha é a ilha das Maçãs, como o Éden era o Vergel das Maçãs, como o Jardim das Hespérides continham "Maçãs de Ouro". O nome de Avalon, que tem seu equivalente galês na palavra Avallach, procede da palavra celta que significa "maçã" (bretão e gaulês "aval", compara-se com inglês "apple" e em latim "malum").
Os antigos manuscritos irlandeses evocam Avalon mediante nomes reveladores: Tir na Nog (País da Juventude), Tir Innambeo (País dos Viventes), Tir Tairngire (País da Promessa), Tir Naill (O Outro Mundo), Mag Mar (A Grande Planície), ou também Mag Mell (A Planície Feliz).

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