quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Termópilas


As Termópilas (do gr. Θερμοπύλαι, thermopylai, significando «portas quentes»; em demótico moderno Θερμοπύλες, thermopyles) constituíam um antigo estreito situado no centro da Grécia, na fronteira entre as regiões da Fócida (a Sudoeste), da Ftiótida (a Noroeste), da Lócrida (a Nordeste) e da Beócia (a Sudeste), encravado entre as cadeias montanhosas do Eta e do Calídromo e um braço de mar (o golfo de Mália).
Devem o seu nome ao facto de no seu interior existirem duas fontes sulfurosas, sendo que o estreito – uma simples faixa de areia entre o mar e o desfiladeiro –, em três dos seus troços (as três «portas», donde o estreito houve o seu nome), era de tal forma estreito que, de acordo com a narrativa do historiador Heródoto de Halicarnasso, apenas podia passar um carro de cada vez (Histórias, Livro VII, 176).
Tratava-se de uma região relativamente estéril, apta somente para o pastoreio.
Nas proximidades do desfiladeiro correm dois rios: o Asopo e o Espérquio, os quais, ao longo dos séculos, foram depositando sedimentos nas imediações do estreito, fazendo aumentar a estreita faixa de terra entre o desfiladeiro e o mar, de apenas cerca de 13 metros, para vários quilómetros de comprimento, consoante os locais.
As Térmopilas tornaram-se conhecida após a célebre batalha do mesmo nome, que opôs os defensores da Grécia aos Persas invasores, em meados de 480 a.C., no decorrer da II Guerra Médica, tendo-se tornado sinónimo de resistência heróica ao inimigo. Houve, contudo, várias outras batalhas travadas nesse estreito, ao longo da Antiguidade Clássica.
Hoje em dia, ergue-se no local um monumento, inaugurado em 1955, dedicado ao rei Leónidas I de Esparta, com a inscrição abaixo, que faz referência ao pedido persa para que eles depusessem suas armas:
«Venham buscá-las»
E um outro monumento aos seus míticos Trezentos Espartanos que aí o acompanharam na morte; nele figura uma lápide com os célebres versos de Simónides de Ceos:
´Ω ξεíν´, ´αγγέλλειν Λακεδαιμονíοις ´οτι τηδεκείμεθα τοîς κείνων ρήμασι πειθόμενοι.
Ou em português (tradução de Maria Helena da Rocha Pereira, in Hélade, 6.ª ed., Coimbra, FLUC, 1995, p. 148):
«Estrangeiro, vai contar aos Lacedemónios que jazemosaqui, por obedecermos às suas normas.»
Outra tradução possível:
«Digam aos espartanos, estranhos que passam, que aqui,obedientes às suas leis, jazemos.»
Ou ainda:
«Passante, aos espartanos dizei,Que aqui jazemos, em obediência à lei.»

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