segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Pilares da fé Islâmica



Princípios doutrinários do Islamismo
A doutrina islâmica assenta em dogmas muito simples, facto que possibilitou a sua rápida difusão. Os princípios doutrinários desta religião encontram-se definidos no Corão ou Alcorão, o livro sagrado dos Muçulmanos. Os pilares do Corão são os seguintes: crença em Alá, deus único, e em Maomé, seu profeta; Oração cinco vezes ao dia, e segundo certos rituais; o jejum nos 40 dias do Ramadão (9º mês lunar árabe); a esmola aos pobres e a peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida.O Corão para além de definir os mandamentos religiosos, também define regras sociais, de comportamento e de costumes. Actualmente, existem grupos de fundamentalistas islâmicos que interpretam o Corão como um código ou uma constituição política. Pilares da Fé Islâmica
"Os muçulmanos devem acreditar em cinco pontos fundamentais, tão importantes para a religião que são chamados os "Pilares da Fé". São eles a Unidade Divina, a Profecia, a Revelação, a Intercessão dos Anjos e a existência de uma Outra Vida.
Unidade Divina
Os muçulmanos acreditam no carácter único de Deus, um conceito que é conhecido pela sua designação árabe, tawhid. O termo tawhid não se refere apenas ao conceito da unidade de Deus mas também à afmnação dessa unidade pelos seres humanos. Por outras palavras, a noção de tawhid faz com que os seres humanos sejam participantes activos na tarefa de assegurar que Deus continue a ser entendido como um ser único, tomando-os, assim, agentes cruciais na relação de Deus com o mundo.(...)Por razões que não são compreensíveis pelos seres humanos, Deus criou o universo e tudo o que nele existe; Ele criou os seres humanos e deu-lhes a possibilidade de fazerem o bem e o mal, mas também a capacidade para escolher entre um e outro. Os seres humanos podem conhecer Deus através dos Seus atributos (como a misericórdia, a justiça, a compaixão, a ira, etc.), mas a essência última de Deus não a podem alcançar. Segundo o ponto de vista islâmico, Deus não tem corpo e é diferente de tudo o que existe no mundo que foi criado. (...)
Profecia
Os muçulmanos devem acreditar que Deus pretende comunicar com os seres humanos e que Se serve dos profetas para esse fim. Os profetas são de dois tipos. Os primeiros são os que receberam de Deus a missão de avisar as suas comunidades e de lhes dar a conhecer a vontade divina; estes são designados como anbiya (singular: nabi). À segunda categoria, para além de todas as funções do primeiro grupo, é-lhe também entregue uma escritura revelada que deve transmitir à sua comunidade. Os pertencentes a esta categoria especial de anbiya são chamados rusul ( singular: rasul, que significa "mensageiro" ). Os muçulmanos acreditam numa série de profetas que inclui todos os profetas mencionados na Bíblia hebraica e também Jesus e Maomé. (...)Os muçulmanos consideram que Jesus foi o penúltimo dos profetas e que profetizou a vinda de Maomé. A maioria dos sunitas considera também que Jesus é o messias e acredita na Imaculada Conceição. O que não quer dizer, no entanto, que aceitem ter sido Deus o pai de Jesus, mas antes que Deus realizou um milagre ao fazer com que Maria concebesse sem a existência de um pai biológico.
Revelação
Os muçulmanos acreditam que Deus usa os Seus profetas para revelar as escrituras à humanidade. Quatro dessas escrituras são reconhecidas: a Torá que foi revelada a Moisés, os Salmos de David, o Novo Testamento de Jesus e o Alcorão de Maomé. Segundo a crença muçulmana, a mensagem de Deus é eterna, pelo que a substância de todos estes livros é a mesma. As diferenças existentes entre eles são explicadas, quer pelo facto de, após a sua revelação, as primeiras escrituras terem sido corrompidas por aqueles que diziam nelas acreditar, quer pelo recurso ao conceito da evolução humana. Segundo esta teoria, Deus sempre soube o que queria ensinar à humanidade; porém, nem sempre a humanidade esteve preparada para receber a mensagem completa. Por isso Deus revelou a sua mensagem em versões cada vez mais abrangentes, culminando no Alcorão, a versão definitiva da mensagem de Deus, que é válida até ao fim da civilização. (...)
Intercessão angelical
Os muçulmanos devem acreditar que os anjos existem e que são utilizados por Deus para executar a Sua vontade. Um dos seus deveres consiste em proteger e vigiar os seres humanos e registar todas as suas acções. O anjo mais famoso é Gabriel, que serviu de intermediário entre Deus e Maomé na revelação do Alcorão. E uma outra figura importante é Iblis, que era o chefe de todos os anjos mas que foi castigado por desobedecer a Deus e expulso do Paraíso. Depois disso foi transformado em Satanás e agora não só é ele quem reina no Inferno como é também quem tenta os seres humanos a desviarem-se do caminho do bem. Muitos muçulmanos consideram a crença nos anjos o mais difícil dos Pilares da Fé e atribuem-lhes apenas a importância de meras forças naturais ou diferentes aspectos do poder de Deus. (...)
Julgamento e vida eterna
Os muçulmanos acreditam que o nosso mundo terá um final e que seremos julgados e recompensados ou punidos no outro mundo segundo as nossas acções terrenas. O julgamento, a recompensa e o castigo são pontos centrais do Islamismo e é sobre eles que se funda todo o seu sistema de ética. Não é, por isso, de admirar que o Islamismo possua um sistema altamente desenvolvido de escatologia (ou teoria do final do mundo), grande parte do qual é uma elaboração de várias passagens bastante dramáticas do Alcorão. (...)Segundo a crença popular, a chegada do dia do juízo final será antecedida de vários sinais semelhantes aos do Apocalipse: uma luta entre o bem e o mal, o nascimento do sol no poente, o som de uma trombeta e o aparecimento de uma besta. Quando as coisas atingirem o auge da escuridão e da desgraça, regressará um messias que reunirá todas as pessoas virtuosas para esperarem o dia do juízo e a ressurreição. É importante referir que, segundo o Alcorão, o mundo não acaba realmente, antes sofre uma transformação completa. E, portanto, relativamente fácil argumentar que a outra vida acontecerá aqui e não em algum outro lugar (por outras palavras, o Paraíso não está necessariamente algures além de nós). Depois do fim do mundo, todos os seres humanos que alguma vez viveram serão ressuscitados e julgados. Alguns muçulmanos acreditam que esta ressurreição é apenas espiritual e que não recuperaremos os nossos corpos físicos. Durante o julgamento, estaremos pela primeira vez face a face com Deus e teremos de responder pelas nossas acções. Os que estiverem completamente livres de pecado irão directamente para o Paraíso. Outros terão de passar algum tempo no Inferno para pagar pelos seus pecados, antes de entrar no Paraíso e viver eternamente. O Islamismo não tem uma concepção muito forte da condenação eterna ao Inferno; o tempo que as pessoas lá passam depende da gravidade dos seus pecados. A única categoria de pessoas que permanecerá para sempre no Inferno é a dos hipócritas religiosos, os que se dizem muçulmanos mas não o são. Este tipo de hipocrisia é considerado um pecado tão grande que nenhum castigo o poderá remir adequadamente. O Alcorão pinta um quadro extremamente claro do Paraíso como um jardim com regatos e árvores de fruto onde disfrutaremos de uma vida confortável e de abundância. Muitos muçulmanos tomam à letra esta visão do Paraíso. Outros vêem-na como urna metáfora de um estado de felicidade espiritual cuja maior recompensa será a de se viver junto a Deus."Adaptado de ELIAS, J. Jamal - Islamismo, Col. "Religiões do Mundo", Ed. 70, 1999.

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