quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Poesia


Desnorte

Eu vagueio pela vida
Sem bússola de orientação.
Não tenho ponto de partida,
Nem bóia de salvação.
No mar calmo ou entre escolhos
Contra ventos e marés.
Faço eu as minhas escolhas,
Com a cabeça ou com os pés.

Por vezes pergunto à vida:
Porque me fazes isto a mim.
E a resposta é sempre a mesma:
És tu quem me faz assim.

Navego na cidade,
Trago três marinheiros,
Em busca de liberdade
Da fadiga prisioneiros.
Somos um pequeno bote
No meio de grande frota.
É o destino que me empurra,
Mas sou eu quem traça a rota.

Por vezes pergunto à vida:
Porque me fazes isto a mim.
E a resposta é sempre a mesma:
És tu quem me faz assim.

Pedro Farinha – Setembro 2000

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